sábado, 30 de abril de 2016

VIVEMOS ROMEU E JULIETA

   Conhecendo um pouco mais sobre a famosa tragédia escrita por Shakespeare por volta de 1591, Romeu e Julieta, em um curso online, eis que me apresentam as seguintes perguntas que me colocaram em cheque:

   "Although we live in a very different world to that portrayed in Romeo and Juliet, do you think today’s teenagers can identify with these themes from the play? Are teenagers’ experiences and problems today the same as they were in Shakespeare’s time?

TRADUÇÃO:

   "Embora vivamos em um mundo muito diferente do retratado em Romeu e Julieta, você acha que os jovens de hoje podem se identificar com estes temas vindos da obra? As experiências e os problemas dos adolescentes atualmente são os mesmos que os da época de Shakespeare?"


   Ora, pensar em um casal de, aproximadamente, 13 anos impedido de se amar por causa da rivalidade mortífera entre suas famílias é algo meio absurdo para os dias atuais. Minha primeira - e tola - resposta às perguntas foi, então: "Claro que não!". 
 Direto e incoerente, esse "não" começou a perturbar meus pensamentos, me atormentando por julgar uma pergunta tão séria e relevante com uma resposta tão imprudente. Aos poucos a minha precipitada convicção foi ganhando a forma de um "será...?" que, por fim, a transformou por completo.
   Imagino que, de fato, as chances de existir um casal, mesmo que mais velho, com tanta sanguinolência intrínsecas às suas famílias, causadas por puro desgosto ou revanche sejam mesmo muito raros. Entretanto, como tudo na vida, não devemos levar as referências ao pé-da-letra, sim? Com esse raciocínio, descobri que, sim, ainda encaramos muitos problemas com relação ao amor, especialmente entre jovens e suas devidas famílias. Cheque-mate.



  Quantos, em pleno século XXI, ainda são separados do seu companheiro por conta da aversão ou desaprovação dos familiares? Uma mulher branca que se apaixona por um negro. Um rapaz que se apaixona por outro do mesmo sexo. Um rico que se apaixona por uma moça humilde. Uma cristã que se apaixona por um ateu. E até, inclusive, como vivenciamos, infelizmente, aqui no Brasil, um partidário "X" que se apaixona por um partidário "Y". 

   Se grupos como esses ainda pedem o respeito e aceitação da sociedade é impossível negarmos que não sofram com a desaprovação da população e, em vários dos casos, de suas famílias. Talvez a aversão não chegue ao extremo, como em Romeu e Julieta, contudo, os espancamentos, insultos e maldizeres que esses casais passam, não torna a história de amor deles tão menos trágica.
  Aquelas perguntas dão espaço a muitas outras reflexões e comparações, mas aqui foquei no ponto vital da obra: a rivalidade e o amor. E mesmo só com estes pontos é possível fazermos análises profundas e importantes.
   Se colocarmos todas as peças em jogo, talvez possamos perceber que, muito além daqueles pequenos exemplos que dei, a história entre Romeu e Julieta traz um grande significado para os nossos dias, para a nossa sociedade. 
São 425 anos de diferença e continuamos encontrando defeitos e falsos motivos para separamos os apaixonados.
    O casal de Shakespeare se perdeu por intrigas e pensamentos das gerações passadas. Hoje, muitos jovens permanecem sofrendo por conta de ideias enraizadas em suas famílias. 

   Temos ainda muito da obra Romeu e Julieta. E só deixaremos de ter, quando, no mínimo, aprendermos a acolher o amor em todas suas formas e não impormos mais condições para ele às próximas gerações. 



Por: Chloe Kinru

quarta-feira, 27 de abril de 2016

PALAVRAS

 "Coragem", "Confie", "Acredite" elas diziam, seduzindo-me pouco a pouco. Quando estávamos juntas prometiam tentadoramente acalentar meus temores, compreender pacientemente meus segredos, dar-me forças e respostas, mas, acima de tudo, estar comigo quando mais necessito. Tolo é aquele que não se deixa levar pelos seus caprichos, beleza e poder. Que mundo incrível elas guardam! Conquistaram-me avidamente e, cedendo, fiquei submersa em seu meio. Talvez me afogue por conta das tão doces promessas, porém tornou-se impossível viver sem vocês, Palavras.

Por: Chloe Kinru

terça-feira, 26 de abril de 2016

PEÇA DA VIDA

O show acabou as luzes se acendem e a saída é a mesma, porém pessoas tomam rumos diferentes e acabam se perdendo na escuridão e seu único amigo são seus gritos e choros que ecoam nesse espaço.
É lamentável que uns tenham nascido com a grandeza dentro deles e outros a grandeza foi exposta.
É lamentável perder um amigo enquanto você está tentando consertar algo que se perdeu.
É lamentável deixa-lo ir como se nada tivesse acontecido.
É lamentável ver as cortinas se fechando e ele dizendo adeus em um simples boa noite, disfarçado com tristezas e lágrimas.
É lamentável me pegar chorando e pensando que eu só queria consertar as coisas.
É lamentável a nossa história, porém gosto de vivê-la e recordá-la.

Não importa quão lamentável seja.

Por: Rúbia Cechinato

RIO DA MINHA VIDA

A vida voa, passa. E a vivacidade pra viver Anda-me escassa. Já nem sou quem pensei ser... Sem mais nem menos O tempo se foi, silenciosamente. Distante, com breves acenos, Despediu-se incontente. Esperei o que nunca aconteceu, Adiei, e nunca fiz. Paro, não penso; nem por um instante. A vida é um rio constante, Em que se faz e se diz, E deve-se achar graça do que viveu.
Por: Aila Aron

segunda-feira, 25 de abril de 2016

OLHE E PENSE!

Olha para mim! E diga, o que você vê?
Olhe e finja que tudo esta normal entre nós.
Olhe e pense que pode ser a última vez que irá ver meus olhos!
Olha para dentro de mim e veja se ainda possuí alguma felicidade quando estou com você!
Olhe mas não olhe apenas com seus olhos encantadores e sim com seu coração e vai descobrir que nem você esta a onde devia estar.
Olhe e descubra que somos pessoas tão diferentes que não se encaixamos em nenhum sentido.
Olhe e veja o que você fez com você mesmo e como afetou as pessoas ao seu redor.
Olhe e não canse de ver como tudo está destruído ao seu redor.
Olhe e tira suas conclusões de como tudo ainda pode piorar.

Olhe e não canse de olhar e descobrir maneiras de sair deste mundo caótico e destruído que construímos.

Por: Rúbia Cechinato

SIGNIFICADO DA PALAVRA AMOR

   Pediram-me para escrever e eu escrevo me pediram para ser quem eu sou e eu sou, me pediram para amar... E eu amo? Hum... Não sei amar é complicado é nas entrelinhas, é na risadinha fofinha daquela garota que você olha e olha e perde em seus pensamentos, imaginando como seria estar com ela em todos os lugares possíveis ou ficar admirando o rosto de seu amado enquanto o sol bate em seus olhos e você fica bobo, sem reação, as palavras fogem, escrever se torna difícil, ser eu mesma já não é tão fácil, quando esse sentimento atinge e você flutua sem ver a altura... A o amor é uma palavra chocante e quando o sentimento invade seu corpo, sua mente e todas as suas ações, amar é lindo e têm tantas formas, jeitos, demonstrações que é até complicado achar seu verdadeiro significado em tantos amores.

Por: Rúbia Cechinato

PÔR-DO-SOL

   Sentado com ela vendo o pôr-do-sol, muitos papos jogados fora, altas risadas, nossos corações conectados com aquela visão do sol saindo de cena com calma e graciosidade e ela ali do meu lado sorrindo com a alma, mostrando como seria os dias com ela, como seriam maravilhosos e que iriam durar como a saída do sol calmo, tranquilo e ao mesmo tempo quente e elegante, que garota! Que mulher...

Por: Rúbia Cechinato

quinta-feira, 21 de abril de 2016

UM BEIJO NA CHUVA

   Anunciada por grandes nuvens cinzentas, senti as primeiras gotas de chuva deslizarem por meu rosto. Fechei os olhos e ergui a cabeça, deixando-me ser envolvida por elas. Parecia que cada gota era como um delicado beijo vindo do céu. Eu adorava essa sensação e estava apreciando-a quando Jeremy me distraiu: 
   — Ly, vamos sair daqui, está começando a chover! — ele franzia a testa e levantava-se, cobrindo a cabeça com uma das mãos e estendendo a outra para mim.
   Deixei a ajuda dele de lado e, me apoiando sobre meu joelho, fiquei em pé, de frente para ele. Encarei-o e arqueei uma sobrancelha, sorrindo de modo zombeteiro, provoquei-o:
   — O que foi, bobo? Tem medo da chuva, é? Aproveita, vamos nos divertir!
   Jeremy me olhou de um modo engraçado, não sabendo se eu estava falando sério ou apenas querendo tirar sarro dele. Grossas mechas pretas de seu cabelo já grudavam molhadas em seu rosto e sua roupa ficava cada vez mais encharcada. Eu não estava muito diferente, é claro. Porém, eu não estava nem um pouco incomodada com isso.
   Ele segurou minha mão e começou a me puxar, levando-me para algum lugar onde pudéssemos nos proteger. Puxei com força a mão, libertando-me e balancei negativamente a cabeça, recusando a ir.  
   — Ly, deixa disso! Vamos sair logo daqui. Você não quer ficar resfriada, quer? Vem depressa! — Jeremy falou num tom forte, entretanto sem parecer indelicado. Ia novamente em busca de minha mão, mas, segundos antes dele segurá-la, escapuli e corri para longe.

   Jogando a cabeça para traz, como que aborrecido, ele suspirou. Quando voltou a me encarar, seu olhar estava diferente, parecia selvagem. Jeremy começou a correr atrás de mim com toda a velocidade. A minha vantagem era que eu estava um tanto afastada, mas ele vinha tão rápido que também tive que começar a correr para escapar dele. Eu ria e soltava pequenos gritos sempre que ele, por pouco, me alcançava. Fugi de um lado para o outro, sempre despistando-o.
   Até que, de repente, ele parou, no meio da rua olhando para o chão. A noite já havia chegado e somente as luzes na rua iluminavam o local. Por conta da escuridão não conseguia ver exatamente a expressão em seu rosto. "Será que ele ficou bravo?", pensei preocupada. Indecisa se devia me aproximar ou não, fui aos poucos com cautelo.
   Quando estávamos alguns pés de distância, Jeremy deu uma gargalhada e veio direto para cima de mim. Assustada com a reação inesperada, paralisei e tão logo os braços dele envolveram-me num abraço caloroso.
    Ficamos um tempo assim: parados, deixando que a chuva e o tempo tomassem conta de tudo. Nossas preocupações pareceram esvanecer. Então, sussurrando, Jeremy segredou em meu ouvido doces palavras que fizeram meu coração palpitar apaixonado.
  Olhei em seus olhos. Eles brilhavam como se toda a felicidade do mundo estivesse reunida naquele par de verdes-acastanhados. "Tão lindo...", pensei. Ambos sorríamos, como bobos apaixonados. Por fim, sugeri:
   — Um beijo e eu me rendo.
  Ele apoiou as mãos em minha cintura e me puxou para mais perto, colando nossos corpos um no outro. Chuva, frio, noite, nada mais importava. O beijo aquecia-me por inteira. Parecia até um sonho: um beijo na chuva.

Por: Chloe Kinru